A Caixa Econômica Federal elevou os juros dos financiamentos imobiliários com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), afetando apenas as linhas de crédito relacionadas ao SBPE e destinadas à classe média. As taxas subiram entre 1 e 2 pontos percentuais, dependendo da modalidade. O aumento foi implementado a partir de 2 de janeiro para novos contratos.
Para as linhas corrigidas pela Taxa Referencial (TR), a taxa subiu para TR mais 10,99% a 12% ao ano, whereas as linhas corrigidas pela poupança aumentaram para a remuneração da caderneta mais 4,12% a 5,06% ao ano. A Caixa informou que a definição das taxas de juros é baseada na análise da conjuntura do mercado e segue regras prudenciais de definição das condições do crédito.
Essa alteração atinge cerca de 70% dos financiamentos imobiliários no país, que são destinados à classe média e são concedidos com recursos da caderneta de poupança. Em contraste, as linhas de crédito do Minha Casa, Minha Vida, que financiam imóveis de até R$ 350 mil a famílias que recebem até R$ 8 mil, não sofreram aumento de juros.
O aumento nos juros do financiamento imobiliário se deve a pressão da Taxa Selic, que alcançou 12,25% desde setembro, e à falta de recursos na economia. A caderneta de poupança registrou o quarto mês consecutivo de saques líquidos em outubro, e as restrições para as Letras de Crédito Imobiliário (LCI) aprovadas no início de 2024 também contribuíram para a limitação do crédito. Além disso, a elevação das taxas nos bancos privados aumentou a demanda pelas linhas da Caixa, fazendo com que o banco aumente seus juros.