Na véspera das decisões sobre os juros básicos no Brasil e nos Estados Unidos, o mercado financeiro brasileiro experimentou um dia marcado por turbulências. O valor do dólar ultrapassou a barreira dos R$ 5,70, enquanto o índice Ibovespa da Bolsa de Valores de São Paulo (B3) fechou praticamente estável após uma desaceleração ao longo do dia.
O dólar comercial encerrou a terça-feira (6) sendo vendido a R$ 5,71, apresentando uma alta de R$ 0,021, o que corresponde a um aumento de 0,37%. Anteriormente, ao início da manhã, a cotação do dólar havia atingido R$ 5,73, mas ao longo da tarde, a alta foi reduzida. Após uma sequência de oito pregões de queda no final de abril, a moeda norte-americana acumula um aumento de 0,6% em maio. No entanto, considereando o ano de 2025 em seu conjunto, a divisa registra uma queda de 7,6%.
O mercado de ações apresentou um dia de grande volatilidade. Após alternar entre altas e baixas, o índice Ibovespa da B3 fechou com 133.516 pontos, indicando uma alta de apenas 0,02%. A performance da bolsa brasileira descolou-se das principais bolsas norte-americanas, que registraram quedas na mesma terça-feira.
Uma explicação para essa divergência está no aumento da cotação do petróleo no mercado internacional, que subiu 3,17%, impulsionada pela expectativa de uma maior demanda na Europa e na China. Esse movimento fez com que as ações da Petrobras, que tem um peso significativo no Ibovespa, se recuperassem da queda observada no dia anterior.
Um dia após atingirem o menor valor desde agosto de 2023, os papéis ordinários (com direito a voto em assembleia de acionistas) da Petrobras subiram 1,57%, alcançando R$ 32,27. Já as ações preferenciais (com preferência na distribuição de dividendos) subiram 1,65%, para R$ 30,15.
O mercado financeiro global está atento às reuniões marcadas para a quarta-feira (7), quando ocorrerão as deliberações do Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano) e do Comitê de Política Monetária (Copom) no Brasil. A incerteza em torno da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China também contribuiu para a instabilidade no mercado financeiro. Nesta terça-feira, o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bassent, afirmou que os Estados Unidos estão em negociação com 17 países, mas resultados concretos das conversas ainda não foram divulgados, aumentando a expectativa e a volatilidade.
Movimentos de proteção cambial por parte de investidores globais fizeram o dólar subir em relação ao real e a outras moedas, como as da Colômbia e da Ásia. A indefinição sobre o rumo das negociações comerciais entre as principais economias mundiais permanece como um fator de incerteza, influenciando diretamente a performance dos mercados financeiros globais.
Enquanto isso, os investidores aguardam com atenção as decisões sobre os juros básicos que serão anunciadas nos próximos dias, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil, pois essas decisões têm o potencial de influenciar significativamente a trajetória econômica e os mercados financeiros nos próximos meses. Com a informação fornecida pela Reuters, é possível entender que o mercado financeiro está sob influência direta dos eventos geopolíticos e econômicos globais, e as flutuações nos preços das commodities, como o petróleo, também desempenham um papel crucial na determinação do desempenho das bolsas de valores.