O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu elevar a Taxa Selic, juros básicos da economia, para o maior nível em 19 anos. Essa decisão foi recebida com críticas por entidades do setor produtivo, que classificaram a medida como exagerada e uma ameaça ao emprego e à renda.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) emitiu uma nota criticando a elevação da Selic, afirmando que isso “impõe um fardo ainda mais pesado à economia”. Segundo a entidade, a inflação está desacelerando e a possibilidade de recessão nos Estados Unidos pode fazer com que o dólar caia nos próximos meses. O presidente da CNI, Ricardo Alban, pediu que o Copom adote uma postura mais prudente.
A Associação Paulista de Supermercados também criticou a decisão, considerando-a equivocada diante do cenário internacional e dos desafios econômicos no Brasil. A entidade destacou que o mundo está vivendo um ciclo neoprotecionista, em que os países buscam fortalecer sua produção e mercado interno, e que a taxa Selic atual favorece o rentismo e a especulação, em detrimento da geração de empregos e do crescimento econômico.
Já a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) considerou a elevação da Selic dentro do esperado, ressaltando que a inflação continua alta e acima do teto da meta atual. O economista-chefe da ACSP, Ulisses Ruiz de Gamboa, comentou que a inflação corrente acelerou em relação a 2024 e se mantém acima da meta anual, justificando uma política monetária contracionista.
As centrais sindicais também criticaram a decisão. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) afirmou que a elevação dos juros reforça o aperto econômico à população e pediu que a política monetária seja voltada para os interesses da população. A vice-presidente da CUT, Juvandia Moreira, criticou a decisão, afirmando que o Banco Central não deixou claro se encerrou o ciclo de alta da Taxa Selic e que a taxa básica de juros é proibitiva para o desenvolvimento econômico.
A Força Sindical classificou a decisão como “irresponsabilidade social”, afirmando que a elevação da Taxa Selic trava a economia e aumenta o custo do dinheiro para as famílias e as empresas. O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, escreveu que a decisão quer levar o país para a recessão econômica e que a taxa de juros atual é um obstáculo ao desenvolvimento do país.
Em resumo, a decisão do Copom de elevar a Taxa Selic foi criticada por entidades do setor produtivo e centrais sindicais, que consideram a medida exagerada e uma ameaça ao emprego e à renda. As entidades pedem que o Banco Central adote uma postura mais prudente e que a política monetária seja voltada para os interesses da população.