A jovem Juliana Leite Rangel, de 26 anos, que foi baleada na cabeça por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na véspera de Natal, está apresentando melhoras clinicamente progressivas. Segundo o boletim médico divulgado pelo Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, na região metropolitana do Rio de Janeiro, Juliana respira sem ajuda de aparelhos, está lúcida, consegue abrir os olhos e interagir com o ambiente e pessoas.

A jovem passou por uma traqueostomia no último dia 30 e já começou a respirar de maneira espontânea, tendo sido retirada do suporte da ventilação mecânica. Ela também já está realizando fisioterapia respiratória por alguns períodos. A sedação foi suspensa na quinta-feira e desde então ela vem evoluindo as condições neurológicas, apresentando abertura ocular espontânea, boa interação com o ambiente e as pessoas, se mostrando lúcida, obedecendo a comando, mobilizando os quatro membros e apresentando sensibilidade preservada.

O boletim médico também informa que o processo de reabilitação psicomotora já foi iniciado e seguirá de acordo com a tolerância da paciente. Juliana Rangel continua em terapia intensiva, acompanhada pelo serviço de neurocirurgia em conjunto com equipe multidisciplinar.

O caso ocorreu na noite de Natal, quando Juliana e seu pai, que dirigia o carro, foram atingidos por tiros disparados por policiais rodoviários federais na Rodovia Washington Luís, em Duque de Caxias. O pai da jovem, que também foi atingido na mão esquerda, já foi liberado do hospital. O carro da família, que contava com cinco pessoas, foi danificado por vários tiros.

A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) estão investigando o caso e o diretor-geral da PRF, Antônio Fernando Souza Oliveira, afirmou que a corporação apura todos os casos de excessos durante abordagens policiais feitas pelos seus agentes. Os dois homens e a mulher que participaram da abordagem foram afastados preventivamente de todas as atividades operacionais.

Este caso ocorreu horas após o governo federal ter publicado um decreto para regulamentar o uso da força durante operações policiais, estabelecendo que o emprego de arma de fogo será medida de último recurso.

Lembre-se de que, em 2023, outro caso de carro atingido por tiros disparados por policiais rodoviários federais no Rio de Janeiro terminou com a morte da menina Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos. A abordagem foi no dia 7 de setembro, na Rodovia Raphael de Almeida Magalhães, conhecida como Arco Metropolitano, na altura do município de Seropédica.