No dia 29, cem dias após a prefeitura de São Paulo anunciar o aumento das passagens do transporte público em R$ 0,60, cerca de 2.000 pessoas se reuniram em protesto no centro da cidade. A marcha, organizada pela Campanha do Passe Livre, objetivava protestar contra os novos valores e as privatizações do transporte público, bem como defender a gratuidade dos transportes.

A manifestação começou na frente da prefeitura e percorreu o centro da cidade até o Vale do Anhangabaú, onde foi encerrada. O movimento argumenta que o valor das passagens é um pesado fardo para a maioria da população, e que a prefeitura não considerou a opinião da sociedade sobre o aumento.

A prefeitura, por sua vez, justificou o aumento afirmando que há gratuidades para público específicos, como estudantes, idosos e deficientes, e que o valor não foi modificado há 5 anos. No entanto, o movimento Passe Livre alega que a prefeitura não permitiu um debate amplo sobre o aumento e a participação estatal no financiamento do sistema de transporte.

O movimento Passe Livre tem suas origens na organização autônoma da Campanha do Passe Livre, criada em Florianópolis em 2000, e atuou em mobilizações em Salvador em 2003. Em 2013, a grande mobilização do coletivo paulistano e a repressão policial em São Paulo originou movimentos políticos à direita e à esquerda. Desde então, o movimento Passe Livre voltou às origens, atuando como um movimento de discussão permanente e horizontal, com menor participação, mas ativo nas redes sociais e em mobilizações nas ruas.

A lei de transporte público é um tema político complexo e delicado, envolvendo relações entre a municipalidade, a sociedade civil e a economia. O aumento das passagens e a privatização do sistema de transporte podem impactar de forma significativa a vida da população, especialmente os mais pobres e vulneráveis. Portanto, é fundamental que a discussão sobre o transporte público seja ampliada e inclua a participação da sociedade civil, para que se possa encontrar soluções que beneficiem a todos.